Adoração e Veneração
Adoração é um ato de extremo amor
que segundo a Santa Igreja Católica só deve ser prestado a Deus (entenda-se,
Santíssima Trindade). A nossa mãe Maria e aos Santos e Santas, cabe apenas a
veneração que significa ter um grande respeito por alguém, tratá-la com
consideração, e ter como exemplo a ser seguido.
O ponto de partida para entender as palavras de Êxodo 20,4: “Não farás
para ti imagem de escultura, nem figura alguma do que há em cima no céu, e do
que há em baixo na terra”, ou outros textos semelhantes (f. Lv
19,4; Nm 33,51-52; Dt 4,25-26; 27, 14-15), é ter presente que Deus nunca se
revelou de modo visível, por isso seria difícil representá-lo por meio de
alguma figura.
Além disso, também existia a realidade religiosa dos povos com os quais
os israelitas tinham contato. As divindades eram representadas pelas mais
diferentes imagens. Deus não queria ser confundido com nenhuma delas.
É importante não perder de vista o fato de que a proibição diz respeito
a imagens ou estátuas das divindades pagãs ou ídolos, principalmente por se
tratarem de representações de seres humanos que nunca existiram, animais,
astros ou outros elementos da natureza.
“Guardai, portanto, com solicitude as vossas almas. Vós não vistes
figura alguma no dia em que o Senhor vos falou sobre o Horeb do meio do fogo;
não suceda que enganados façais para vós alguma imagem esculpida, quer seja
figura de homem quer de mulher, ou representação de qualquer animal que há
sobre a terra, ou das aves que voam debaixo do céu, ou dos répteis que se movem
sobre a terra, ou dos peixes que, debaixo da terra, moram nas águas; não suceda
que, levantando os olhos ao céu, e vendo o sol e a lua, e todas as estrelas do
céu, caindo no erro, adores e prestes culto a essas coisas que o Senhor teu
Deus criou para servir a todas as gentes, que estão debaixo do céu”.Dt.4,15-19
Mais tarde, por meio dos profetas, foi condenado o culto ou a adoração a
homens vivos, aos quais se atribuía origem divina. Por exemplo, os reis da
Babilônia, os faraós do Egito e mais tarde os imperadores romanos.
Comparar a proibição bíblica aos ídolos pagãos com as imagens ou
estátuas usadas na Igreja católica é forçar os textos bíblicos, para levar a
conclusões erradas e pecar contra a verdade.
Deus condenou a adoração e o culto aos deuses pagãos. Em nenhuma Igreja
católica há estátuas ou imagens de deuses antigos ou novos. Pelo contrário, as estátuas e imagens, em nossas igrejas, recordam
pessoas que realmente existiram, às quais não se presta nenhuma adoração.
Os santos são pessoas que, em algum momento da história cristã, tornaram
conhecido, pelo exemplo de vida e pela prática das virtudes, o Deus único e
verdadeiro. Por isso, servem como exemplo para que possamos também conhecer,
amar e servir a Deus, Senhor nosso.
Olhando para as imagens ou estátuas dos santos e conhecendo o modo como
praticaram a fé, somos convidados a concluir: “Se puderam praticar
os ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo, eu também posso”.
A idolatria existe quando se atribui divindade ou poderes sobrenaturais
a uma imagem ou objeto. O verdadeiro católico sabe que as imagens não têm
poderes divinos, nem virtudes pelas quais devam ser adoradas.
O uso de imagens ou estátuas na Igreja católica obedece à orientação
bíblica dada pelo próprio Deus em diversas ocasiões. Quando foi
construída a arca da aliança, foi dito a Moisés: “Farás também o
propiciatório de ouro puríssimo; o seu comprimento terá dois côvados e meio, e
a largura côvado e meio. Farás também dois querubins de ouro batido nas duas
extremidades do oráculo.” (Ex. 25, 17-18).
Também recebeu a ordem de fazer uma serpente de bronze para que os
israelitas, ao olharem para ela, fossem curados do veneno das serpentes: “… o Senhor disse a Moisés: Faze uma serpente de bronze, e põe-na por
sinal; aquele que, sendo ferido, olhar para ela, viverá” (Nm 21,8).
Davi dá a seu filho Salomão os planos de Deus para a construção do
Templo Santo de Jerusalém:“Para o altar, em que se queima o incenso, deu do
ouro mais fino, para que dele fizesse a figura dum carro de querubins, que
estendesse as suas asas e cobrissem a arca da aliança do Senhor. Todas estas
coisas, disse o rei, me foram dadas escritas pela mão de Deus, para que eu
compreendesse todas as obras do desenho”. (1 Crônicas 28, 18-19). Portanto, ficou gravado, detalhadamente, na Sagrada Escritura como o
Templo de Jerusalém foi decorado com imagens (cf. 1Rs 6,19-32; 2Cr 3,8-13). Nem
por isso, Salomão foi acusado de desobedecer a ordem de Deus contida no
decálogo.
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