terça-feira, 15 de outubro de 2013

PALAVRAS DO DIACONO CELSO MAJORAL .....DIA 15/10/2013

Sem Deus não dá
A ovelhinha desgarrou-se do rebanho e do pastor, e caiu na boca do lobo. O menino afastou-se do seu grupo e de seus chefes e perdeu-se na mata. A menina afastou-se dos conselhos de sua mãe, mulher sofrida e mais experiente, e acabou enganada e ferida na alma pelo rapaz, que a mãe percebeu que não prestava. Sem alguém que cuide de nós, não dá. Da infância até à velhice é impossível sobreviver sem alguém que nos ajude, sobretudo quando as forças faltam. São raríssimos os seres humanos que sobreviveram sozinhos e sem gente que os amasse.
O contrário acontece todos os dias. Crianças caem no crime ou são usadas por falta de quem cuide delas. Jovens se desencaminham por errarem na escolha dos companheiros. Fiéis aderem a pregadores errados e religiões erradas e se fanatizam. Violência, roubo, corrupção, sexo errado, palavras erradas, atitudes erradas, lugar errado, crenças erradas, convicções erradas, namoros errados, casamentos errados, companhias erradas, decisões erradas, escolhas erradas.
É só ouvir as canções, ver televisão, abrir as revistas para ver quantos desvios e quantas idéias erradas o mundo transmite. Nudez sem nenhuma razão, sexo com qualquer um, violência, gente rindo de Deus e usando seu nome em vão o tempo todo, gente aplaudindo atos de violência, gente armando cilada e pegadinha para o outro cair, gente testando a fidelidade dos outros, invadindo a privacidade dos outros, acusações levianas, conversas levianas diante de crianças, deboche do amor e da família, gente que se casa em 20 dias de namoro e separa alguns meses depois e acha tudo normal porque ninguém tem nada com isso. O simpático homem que já casou dez vezes, a moça sorridente que já casou nove. A que diz que fez dois e faria outro aborto. A que vai ter um filho sem casar, porque não acredita no casamento. A lista que São Paulo fez no início da carta aos Romanos é pequena comparada aos desvios e pecados de hoje. É Paulo dizendo que sem Deus não dá.
Alguns grupos e pessoas do mundo resolveram que não precisam de Deus. E quando admitem que Ele existe, imaginam e declaram que Ele não seria contra o que fazem.Declaram sua fé em Deus, mas continuam fazendo tudo o que a Bíblia diz que Deus condena. Criaram um Deus que jamais iria contra eles... Sobre homens como Paulo decidem dizer que, apesar de toda a sua cultura e de sua conversão, este era conservador e ultrapassado. Moderno para eles é quem não acusa, não fala, não condena, não questiona e não proíbe. Era super-moderna aquela nave espacial que levava sete astronautas. Mais moderna impossível. Mas explodiu logo na subida...

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DIACONO CELSO MAJORAL

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

PALAVRAS DO DIACONO CELSO MAJORAL ....DIA 02/10/2013

A defesa da vida e a espécie humana
Somos assim desde que fomos concebidos
Toda discussão sobre o aborto repousa em uma dúvida aparente: o feto é pessoa ou não? Na verdade, a resposta a essa pergunta define se o aborto é uma cirurgia de uma parte acessória do corpo da mulher ou um homicídio praticado contra um inocente sem capacidade alguma para defesa (o crime mais hediondo a ser imaginado).
Para os defensores do aborto, o feto não pertence à espécie humana, mas seria um amontoado de células. Por essa razão, extirpá-lo do corpo da mãe não envolveria uma questão moral, isto é, uma concepção sobre o que é bom ou mal, mas uma questão de saúde.
A afirmação de que o feto não é pessoa, ou seja, não pertence à espécie humana, obriga-nos a refletir sobre o conceito de espécie. Podemos dizer que três elementos combinados determinam se dois seres pertencem a uma mesma espécie: (1) características fundamentais comuns, (2) que são adquiridas desde a sua concepção e que (3) não podem ser separadas. Podemos olhar para dois cachorros e percebermos que eles (1) compartilham determinadas características fundamentais, (2) essas características não foram “adicionadas” a eles em um determinado momento de sua existência, mas os acompanham desde a concepção e (3) não podem ser retiradas dos cachorros, isto é, acompanhar-lhes-ão até o fim de suas existências.
A importância do conceito de espécie para a questão do aborto é que nós não podemos decidir “a partir de quando” um ser pertence a uma espécie; podemos apenas reconhecer “se” ele pertence ou não a uma espécie. Uma lei que dissesse que “cachorros com mais de dez anos não são mais cachorros, portanto, podem ser maltratados” causaria estranheza e ofenderia a nossa racionalidade, pois nossa inteligência percebe que a espécie de um ser é definitiva e não está sujeita à nossa decisão. Se eu digo que, a partir de um momento, um cachorro é um gato, isso pode até fazer com que eu seja considerado um louco, mas não o transforma em um gato.
Cada um de nós, que pertencemos à espécie humana, somos assim desde que fomos concebidos. Não aconteceu nada de novo em alguma fase da nossa trajetória. Os que dizem que o feto somente é pessoa “a partir de…” querem que acreditemos que, antes desse momento (“as doze semanas”, “a formação do sistema nervoso central”, etc), éramos outra coisa que não pessoas (talvez tomates ou berinjelas).
Esse argumento já foi utilizado em outros momentos da história humana. Os nazistas, dispostos a exterminar judeus, ciganos, pessoas com deficiência, entre outros, construíram uma argumentação esquizofrênica segundo a qual os seres pertencentes a esses grupos não pertenciam à espécie humana. Hoje, temos a certeza de que essa concepção era uma loucura completa, mas não podemos esquecer que ela foi aceita e compartilhada por muitos, e os efeitos dessa crença irracional causaram uma das mais dolorosas feridas à existência humana.
A pretensão de decidir “a partir de quando” ou “até quando” alguém é pessoa humana é um dos maiores riscos a que uma sociedade pode ser exposta, pois ela contraria uma das maiores conquistas alcançadas pela história humana: o reconhecimento da dignidade da pessoa humana. Ao utilizarmos essa expressão, queremos dizer que devemos um respeito fundamental a cada ser humano simplesmente porque ele pertence à espécie humana, independente de qualquer outro critério (raça, cor, nacionalidade, idade, etc).
Quando, no entanto, pretendemos definir, por leis ou convenções, em que circunstâncias alguém é pessoa, esvaziamos completamente o conceito de dignidade da pessoa humana, pois, de que adianta reconhecermos que ela tem direitos (pelo simples fato de ser pessoa), se podemos decidir quem é pessoa?


Diácono Celso Majoral