Aborto, um mal que clama
aos céus
Para muitas mulheres ser mãe
é algo maravilhoso e inexplicável. A maternidade as transforma, as deixa mais
belas por dentro e por fora, seu lado emocional e afetivo atinge um grau mais
elevado. No entanto, muitos casais recebem a notícia da gravidez como um grande
“problema”, por acreditarem que terão o futuro profissional, amoroso e
intelectual comprometido. A solução – para muitos – é o aborto, um mal que
destrói a sociedade e ceifa a vida de 50 milhões de vidas todos os anos mundo
afora. Um verdadeiro genocídio silencioso.
Em 2004, o Papa João Paulo II
demonstrou sua preocupação com esses atentados contra a vida, legitimados pelo
Estado em vários locais do mundo. Há uma verdadeira “difusão da cultura da
morte espalhada por todos os cantos do planeta, a qual leva diversos setores da
opinião pública a justificar alguns delitos contra a vida em nome dos direitos
da liberdade individual e, com este suposto, muitos pretendem sua legitimação
por parte do Estado”, ratificou o Pontífice.
“Existe uma indústria da
morte, que proporciona a morte no mundo”, declarou a cantora Elba Ramalho, que
recebeu o “Destrave” para falar sobre esse tema. Ela nos contou que tem aderido
a campanhas pró-vida, dando o seu depoimento como uma pessoa pública. “Estamos
numa luta poderosa do mal contra Deus. Ele [o mal] quer sangue derramado e
almas de inocentes”, denunciou a cantora.
São incontáveis as vítimas do
aborto mundo afora. A primeira delas é a criança morta no lugar onde mais
deveria encontrar proteção, mas as consequências são graves também para a mãe.
Estudos apresentados por especialistas médicos no 1º Encontro de Estudos Médicos
sobre a Vida Humana, em Lisboa, demonstraram forte relação do aborto induzido
com graves enfermidades mentais e físicas das mulheres que o cometeram. Os
dados revelaram que 60% das mulheres que o praticaram receberam cuidados
mentais 90 dias depois. Depressão, comportamento bipolar, síndrome do pânico,
surtos psicóticos foram alguns dos transtornos observados nelas, além do medo e
da culpa.
Opinião popular sobre o aborto
Em 2003 o Datafolha registrou
que 71% dos brasileiros eram contra o aborto. Em nova pesquisa realizada pelo
Instituto Vox Popoli 82% dos brasileiros se declararam contra essa prática, ou
seja, 7 anos depois o povo brasileiro – na sua esmagadora maioria – se diz a
favor da vida.
Mas se o povo brasileiro é
contra o aborto, por que de tempos em tempos novas leis rondam o Congresso
Nacional para que esse mal seja aprovado como um direito da mulher? O que está
por trás destes conceitos?
“São várias pressões de
organismos internacionais, agências da ONU, interesses políticos, econômicos e
culturais”, afirma o professor e jornalista Hermes Rodrigues. Segundo esse
mesmo profissional está em curso no mundo uma tentativa de desconstrução da
família e dos valores cristãos. “Existe um processo sutil e sofisticado para
tentar desconstruir os valores da civilização cristã ocidental e as pessoas não
sabem disso”, revela o professor.
Ideologia feminista
O aborto é também a principal
bandeira da ideologia feminista. ‘Direitos reprodutivos da mulher’, ‘autonomia
sobre o seu corpo’, ‘questão de saúde pública’, são alguns dos termos usados
para fazer dessa prática [aborto] um direito da mulher.
“Se eu tivesse direito sobre
o meu corpo eu poderia suicidar-me ou cortar um braço, mas a lei não me permite
fazer fazer isso”, diz o advogado e escritor Jorge Escala. Segundo ele, diante
da lei ninguém tem o direito sobre o corpo do outro. “A pessoa que a mulher
carrega no seu ventre não faz parte dela; é o corpo do próprio bebê, por isso
jamais pode ser abortado”.
Uma ideologia da
desconstrução da maternidade está em curso no mundo. É o que se pode encontrar
no livro “O mito do amor materno” de Elisabeth Badinter. De acordo como a
autora “a maternidade é um monstro de duas cabeças. (…) Ela é a pedra no meio
do caminho da liberação feminina”.
O direito de viver
Em 25 de setembro de 1992, o
Brasil ratificou o Pacto de San José, que dispõe, em seu artigo 4º, que o
direito à vida deve ser protegido desde a concepção. A Constituição Federal do
Brasil, no capítulo do seu artigo 5º, também estabelece a inviolabilidade do direito
à vida.
A Igreja também afirma que em
nenhuma hipótese o aborto pode ser justificado. “Segundo o Papa João Paulo II,
em sua Encíclica Evangelium Vitae, o aborto é um ato gravemente desordenado
enquanto morte deliberada de um ser humano. A vida é sagrada e, portanto, só
Deus é o Senhor da vida”, reiterou o presidente do Pró-vida de Anápolis (GO),
padre Luiz Carlos Lodi.
A sociedade precisa ficar
atenta a esta legislação civil contrária aos ideiais e direitos da família e do
nascituro. Qualquer forma de legalizar o aborto no país será mais um ‘rolo
compressor’ passando por cima da Constituição e dos acordos de direitos humanos
assinados pelo Brasil. Desde o momento da concepção a vida quer ser
vivida, num lindo, misterioso e milagroso desenvolvimento. Como diz o salmista
“Tu criaste o íntimo do meu ser e me teceste no ventre de minha mãe” (Salmo
139.13).
E para quem é a favor do
aborto, fica a pergunta: Como ser a favor do aborto se você já nasceu?
Diac. Celso Majoral